outubro 03, 2006

Habitas meu coração



Habitas meu coração: barbas de rei assírio

olhar de extensões alheias a tempo e medidas.

Tua voz tem asas de falcão e pousa

nas torres mais altas do meu ser onde jamais me aventurei.


É minha a tua solidão.

Sirvo-me em silêncio e às vezes como uma

criança me apertas em teu peito: acaricio

então tua face estranho rei.


Outras vezes ouço passos ecoando no

enlace das colunas em seteiras escadas.

Se grito teu nome - és mil ressonâncias e seu eco em mim.


Dora Ferreira da Silva

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