dezembro 17, 2006

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E permanece o silêncio. Gostava que, agora, em paz, existíssemos apenas um diante o outro, os olhos a serem a única garantia necessária de sinceridade. Talvez conseguíssemos até entender tudo o que já não somos capazes de dizer, mas que sobrevive dentro de nós, ou à nossa volta, como brisas invisíveis, claro, mas que tocam a pele, a desarranjam e que, em certos momentos, diante de um espelho, nos dão a sensação real e absoluta que a nossa própria pele não nos pertence, o nosso próprio rosto não nos pertence.
Sentimos que nos afastámos de um caminho qualquer, mas, quando pensamos, percebemos que não tínhamos traçado caminho nenhum. Avançamos à deriva, fomos levados por brisas e emoções confusas e chegamos aqui...

Aqui!? Mas onde?

Vultos repletos de pensamentos que perderam o mapa...o norte em busca de um sonho, que não se desmoronou, pelo facto de nunca ter perdido o seu carácter hipotético.
As palavras, em forma de flechas, foram distribuidas democraticamente em momentos de tragédia banal sobrevalorizada.
Seria mais fácil se o que nos assemelha nos diferenciasse e, o que na realidade nos distingue nos aproximasse!! Esta é a nossa corda marcada por nós que, quando começamos a desatar, se embaraça noutros nós, e em Nós mesmos.

Viemos de muito longe para chegar aqui.
Chegarão décadas para nos saudar.

2 comentários:

emocoes disse...

Lindo...
Sofrido...mas lindo!

Anónimo disse...

(...)Seria mais fácil se o que nos assemelha nos diferenciasse e, o que na realidade nos distingue nos aproximasse(...)

Foi talvez a frase que melhor nos descreveu... foram talvez as palavras que mais me magoaram, não por achar que pensas que esqueci o que sinto (ainda) por ti, mas por confirmares com elas a suspeita da nossa impossibilidade.
Dói muito mais do que se tivesse apenas deixado de sentir ou se te tivesse esquecido, num lamento de saudade.
Parece que vou ter de viver com isso, no mesmo silêncio de quem perde alguém muito próximo....ainda assim,
mereces saber que ninguém foi até hoje tão significante como tu...

1 abraço forte