Impressão nossa ou agora sorrir passou a moda exuberante?
Não é que tenhamos algo contra sorrir. Pelo contrário, é sempre muito agradável dar e receber um sorriso, (principalmente quando os dentes não estão apodrecidos de vícios...). Mas o que nos desagrada é observar sorrisos completamente plastificados, usados apenas como marketing pessoal. Etiqueta sem fundamento.
Hoje em dia, a epidemia é tal que muitas meninas correm o risco de adoptar a fraca presença de espírito de nelly furtado a quando da sua entrevista no jornal da noite, em que apenas sorria forçadamente e ria em tom estridente transmitindo uma imagem de galinha tonta. Aliás, creio que se Rodrigo Guedes de Carvalho parasse a entrevista (mas que nóticia seria esta digna de palco de jornal da noite?!?) e lhe perguntasse a razão pela qual a menina sorria constantemente e ria compulsivamente a cada experssão e pergunta, provavelmente a resposta seria nula ou composta por algo fútil e fugaz, sem conteúdo propriamente dito.
Não caír no risco de interpretarem este post como um pessimismo e mau humor matinal de quem não reconhece o prazer de sorrir. No way, that´s no the point.
O optimismo, como o pessimismo, não passam de meras projecções daquilo que cada um de nós pensa que será o futuro. Se por um lado focalizamos a meta, por outro debruçamo-nos sobre os obstaculos a ultrapassar. Mas antes ser optimista e estar errado do que ser pessimista e ter razão, diz o dito popular...
Só não gostariamos de ver o ofuscar da consciência de que a vida não é apenas dicotómica, mesmo que, para sentir o valor de um sorriso espontâneo teremos de sentir algo diferente, se não mesmo,contrário. Até porque não é vergonha nenhuma, ou desmérito, sermos sensiveis ao lado menos bom da Vida! Tal como há nascimentos, há morte; tal como há prazer, há dor.
O sorriso forçado, slogan da Vida é Bela que hoje se vende pelos olhos dentro, com o consumismo constante de chill out, work out, bombardeados por variantes de yoga e essas tretas da leveza do corpo e das dietas, imagens anoreticas, floribelas e afins.
Basta olhar de forma crítica para a nossa sociedade de dondocas e meninos betos para perceber o quanto o bem-estar é subjectivo e depende não só das crenças como da altura das aspirações.
Mas, certeza porém de que, quando virem um sorriso ou uma lágrima nossa, serão sinceramente sentidos perante a pessoa que está diante nós.
Thoughts of Low & RPM