março 27, 2007

vidas sem nome, sem abrigo

«...É preciso antes de mais nada que cada cidadão resgate a primeira palavra que lhe é dada ao nascer. É preciso que cada cidadão tenha um nome, um nome que lhe reconheça pertinência genealógica, um lugar no mundo a partir da família e progressivamente o insira na escola e na sociedade. Não basta um endereço na virtualidade do universo do consumo, uma referência de acesso aos tráfegos simbólicos e econômicos da mística do mercado.

É preciso resgatar o papel da família, e com ela a atribuição a cada cidadão de um nome e de uma tábua de valores que assegure uma raiz e lhe atribua um sentido. Um nome que respeite, preserve e faça respeitar. Uma identidade que construa e exercite, portanto, a partir daquilo que possa herdar com o nome do pai. Sob pena de estar-se construindo mais e mais cidadãos sem nome, que inevitavelmente habitarão cidades sem lei


Leoberto Brancher
Juiz de Direito

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