De quando em quando, recebo uns mails encaminhados com apresentações de slides sobre a temática "O Casamento".
Em algumas das vezes, por curiosidade morbida, abro e deparo-me com uma série de frases alusivas ao binómio estereotipado mulher-sonha-com-casamento / homem-cede-ao-casamento.
O que mais me surpreende é a visão conservadora e redutora que transmite do acto de união legítima entre homem e mulher em pleno sec.XXI!
Será possível que se alimente a ideia de que a mulher vive desesperadamente à procura de um homem para casar e depois poder suspirar de tal alívio de pressão social(!) que, geralmente, corresponde a uma vida quotidiana doméstica como prisão de certas tarefas estereotipadas femininas!?
E, por outro lado, será possível continuar a reforçar que não há homens com auto-estima suficiente e por isso denotam a sua posição social e machista ao adoptar uma mulher que, até fazem o favor de reconhecer o seu espirito maternal e potencial cognitivo, mas jamais a um nível superior capaz de coordenar, sustentar e mandar lá em casa!???
Quem me conhece sabe que para mim, a igualdade entre generos é uma das prioridades para qualquer tipo de relacionamento social, pois não faz sentido qualquer tipo de submissão ou de dominação. Tal só levaria ao caos interno e à impossibilidade de bem-estar exterior.
Infelizmente, ainda há muitas mulheres e homens que permanecem em tais papeis por vergonha de admitir, receio de abandono e falta de respeito por si próprios e auto-estima!
Por isso, faço um esforço para não me enervar com frases que surgem em tais mails como:
«O casamento é a situação em que a mulher nunca obtém o que espera e o homem nunca espera o que obtem.
O homem solteiro é um animal incompleto. O casado é um completo animal.
Com o casamento, a mulher torna-se neurótica. O homem torna-se um manipulador egomaníaco.»
Não encontro o sentido cómico da ideia que procuram transmitir!!
Mas pior, é o reforçar esta imagem deplorável do que pode vir a ser o casamento!
Calma, não sou conservadora adepta do casamento tradicional e imprescindível para dignificar o casal! Não vejo a situação pelo prisma oposto mas sim de uma forma mais liberal e saudável (espero eu).
Acho que mais do que casar de véu, flor de larangeira, meio-fraque, etc, etc.... o importante reside na convivência saudável (maioritariamente) diária e na conciliação de temperamentos, projectos e gostos de Vida.
Partindo de uma igualdade de papeis será mais fácil partilhar o mesmo espaço, a mesma esfera, e com a liberdade que é inerente à renovação do vinculo do casal.
Fácil? Nem sempre... (Como uma grande amiga minha diz:) é preciso dar o litro pelo que se sente!
abril 23, 2007
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1 comentário:
Sou homem e tal e a minha mãe em tempos de vez em quando chamava-me de machista pelas minhas graçolas a picar as mulheres da família, mas sou da mesma opinião que tu e quando é a falar a sério defendo essa posição, tanto que também não reenvio esse tipo de emails quando os recebo porque não acho piada.
Beijo.
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